domingo, 29 de agosto de 2010

Fúria dos tantans







Outro programa legal no finde: Les Tam Tams. Um festival de percussão no Parc Mont Royal. Cada um leva seu atabaque, junta-se uma turma e faz-se uma roda de samba sem samba, com um som mais pra África do que pra Brasil. Os branquelos rebolaram à beça, se sentiram neguinhos. O sol escaldante não intimidou ninguém.

Máquina do tempo
















O melhor passeio do domingo foi ao Mercado Público. Logo depois da Basílica de Notre Dame, um museu organiza um fim de semana "do passado". Montam barraquinhas e reproduzem uma feira do século XVIII. Os vendedores se vestem a caráter. Tem música, teatro de rua e muita coisa boa pra comer. Eu provei uma linguiça de ovelha e tomei duas garrafinhas de um delicioso suco fresco de maçã. Me senti no passado mesmo. Um calor desgraçado na rua, mais de 30 graus, mas foi divertido.

sábado, 28 de agosto de 2010

Comunidade




Na pracinha onde eu pego o ônibus todo dia tem uma piscina pública. Hoje, como fez sol de verdade pela primeira vez, vi gente frequentando o local. Do lado de fora, uma feirinha de produtos alimentícios organizada pela própria comunidade. Hummm, gosto do jeito com que o canadense se insere na comunidade, taí uma coisa daqui que podia ser mais habitual no Brasil.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Velha Montreal




Um charme esta parte velha de Montreal. Prédios antigos bem conservados, igrejas, um mercado grande e sempre muita gente, mesmo quando o tempo está fechado. Os tradicionais artistas de rua, os pedintes, carruagens breguíssimas para passeios românticos. E o Rio São Lourenço, majestoso, que eu conheci congelado no ano passado e agora tem água líquida. Aliás, a velha Montreal sem os quilos de neve e gelo do inverno é muito melhor.
Obs: na foto da beira do rio, o primeiro é um adolescente mexicano e os outros são todos brasileiros.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Primeiro dia em Montreal







Minha casa é esta (só metade do andar térreo). E esta é a rua onde "moro".


Língua nova, cidade nova, gente nova. Montreal é bonita, mas é mais desorganizada do que Toronto. E é bilíngue: é só você escorregar um pouco no francês e neguinho já oferece o inglês como alternativa. Metade dos novos alunos da minha escola são brasileiros e metade hispânicos (mexicanos, venezuelanos). Hoje encontrei uma conhecida no meio da rua: vi um sujeito com camisa da seleção brasileira, passei por eles e reconheci a Simone da TV Brasília. Mundo pequeno.....Já estou quase conseguindo desligar o botão do inglês e ligar o do francês. Quando as aulas começarem de fato - amanhã - vai ser mais fácil

sábado, 21 de agosto de 2010

Último dia de aula em Toronto







A despedida em frente da escola foi boa, vou ficar com saudades desta turma toda. A última noite, então, foi massa: dançamos num night club, conhecemos um grupo de canadenses, andamos muito, pegamos os ônibus da madrugada (que eles chamam de "Cometas do Vômito", por causa do excesso de bêbados em circulação). Agora é ver como é a turma de Montreal, segunda começa tudo de novo.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Os Mais Mais

Este é meu último post de Toronto. Sábado estou indo pra Montreal e não terei internet em casa, mas vou dar um jeito de atualizar o blog.
Balanço de Toronto? Cidade maravilhosa, escola legal e muitos amigos. Se eu tiver que hospedar 10% das pessoas que falaram que vão a Brasília, vou ter que fazer uma escala para ocupar o quarto de hóspedes.
Dos meus colegas, algumas considerações:
Os Mais Barulhentos - espanhóis
Os Mais Tímidos - sul-coreanos
Os Mais Porcos - árabes (da Arábia Saudita). Uma das piores lembranças da escola são os árabes lavando o pé na pia ao lado da que a gente escovava os dentes.
Os Mais Bregas - árabes também. Camisetas pavorosas, cortes de cabelo indescritíveis. As mulheres quase todas cobertas da cabeça aos pés, não dá pra dizer se são bregas ou não.
As mais bonitas - meninas francesas.
Revelação - os alemães. Todos gente boníssima.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Curtas canadenses


. A notícia vem da Inglaterra, mas deu no jornal gratuito daqui (Metro). Está sendo testado um carro movido a cocõ. Isso mesmo, cocô humano. Ecologicamente corretíssimo, mas olfativamente ofensivo. Imagino que a melhor hora para abastecer seja um pouco depois do almoço.


. Alguns "torontonians" têm um hábito que soa esquisito para nós: gostam de fazer cooper nos cemitérios durante o dia. Espaço não falta e um deles me disse que a garantia é não ser perturbado durante a corrida. Credo!


. Esse povo é muito patriota. Milhares de carros circulam por aqui com a bandeira do Canadá tremulando na antena. A bandeira está nas portas das casas, nas lojas, sem falar, é claro, dos prédios públicos. Hoje vi um jardim talhado no formato da folha vermelha que ilustra a bandeira. E comprei um conjunto de 10 lápis com a bandeira do país por $ 1,50. Minha professora só me alertou para um detalhe: os canadenses não cantam o hino com o mesmo fervor dos norte-americanos. Quando cantam, parecem envergonhados, cabisbaixos, torcendo para acabar logo. Mas o vermelho e o branco estão por toda parte.

Mundo animal II


Eles são muito bonitinhos e estão por todo lugar. São pretos e ágeis - quando percebem a sua presença, param, olham e de repente dão um pulo para correr de você. Os esquilos fazem parte da paisagem de Toronto. Adoram subir em tudo quanto é lugar. Convivência bem pacífica com a população.

Quase tão numerosos quanto os esquilos são os patos. Também, num país cheio de lago, os patos fazem a festa. Geralmente são marrons e calmos. Hoje um bando passou por mim no High Park e não estava nem aí para a minha humana presença. São gordinhos - e eu não posso deixar de imaginá-los assadinhos, dourados, numa bandeija com farofa. Ainda bem que eles não lêem pensamentos!

domingo, 15 de agosto de 2010

Balada no lago




Acostumado a ser o "dad" na escola, tirei de letra uma balada em plena quarta-feira, num barco navegando no Lago Ontário. A festa é bem comportada, vai das 18h as 22h. Dancei com gente de várias nacionalidades. Durou foi ouvir de uma italiana a seguinte pérola:"Ah, se meu pai fosse assim que nem você!". Ok, quem mandou se misturar com a galera dos 20 anos....Música pop que eu não conhecia, mas pelo menos as músicas tinham letra! Foram só 2 latinhas de cervejas e 1 refrigerante a noite inteira, porque tinha aula no dia seguinte. Gostei. Vou me aventurar por uma balada lacustre no Paranoá quando voltar.

Nova aventura esportiva

Para quem não vê nem futebol na TV, tive uma semana esportiva. Depois do beisebol, na sexta vi um jogo de basquete: Canadá x França. Um grupo ganhou ingressos de um aluno da Jordânia e fomos. Claro que basquete é bem mais animado e a gente entende o que está acontecendo em quadra. Mas os dois times foram muito ruins: o Canadá venceu porque era o menos pior. Gostei do estádio, dos placares e dos intervalos: no primeiro intervalo, um mascote gigante parecendo aquele dinossauro Barney fazendo gracinhas; no segundo, videocassetadas no telão, nos outros, as cheer leaders (feinhas, coitadas), crianças jogando basquete, outro mascote-boneco, etc....Qual será o próximo esporte da temporada?

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Jogo misterioso

Quem tá na chuva.....Foi o que pensei quando me convidaram para assistir a um jogo de beisebol. É uma das paixões dos canadenses e eu tinha que ir. Além disso, o jogo era no Rogers Center, uma maravilha de estádio. Acabei de chegar de lá. O estádio é realmente uma coisa, com letreiros brilhantes, um telão enorme e uma cobertura para os dias de chuva. Mas as cadeiras são apertadas: os gordinhos devem penar em dia de jogo. Curiosidade: você compra o refrigerante lá dentro - são cinco andares de cadeiras sempre com muitas lojinhas e lanchonetes - mas a moça tem que abri-lo, porque as tampinhas plásticas são proibidas de circular. Os preços são absurdos: $ 4,25 por uma Coca e $ 10,25 a cerveja (dobre o valor para pensar em reais). A torcida é animada, gente com cara e corpo pintados de azul (o time de Toronto, Blue Jays, é azul), de vez em quando as câmeras do estádio dão um close e o telão faz a galera se animar. O jogo? Ah, o jogo é muuuuuuuuuuuuuuito sem graça. Mal percebi quando começou e umas duas vezes pensei que tinha acabado. Os estrangeiros não entendem as regras, a gente grita quando os canadenses gritam (é igual no cinema quando a gente não entende a piada em inglês). O míope tem dificuldade de acompanhar a bolinha e a gente fica sem saber quem está ganhando e quem está perdendo. O jogo começou as 19h, saí as 22h sem perspectiva de acabar. Pronto, nessa encarnação chega de basebol.

sábado, 7 de agosto de 2010

O mundo é um ovo de codorna!


Dois exemplos deste mundo-aldeia: ]

. Sexta, na sala de aula, vi o sobrenome de um colega de turma, de São Paulo. Mesmo sobrenome do meu cunhado. Perguntei: descobri um sobrinho do meu cunhado por aqui, estudando na mesma sala, na mesma escola, na mesma cidade. É este aqui, Guilherme Tommasini.

. Sábado, no meio do nada no Alguonquim Park. Um canadense simpático oferece a um grupo de quatro pessoas duas canoas para a gente dar uma volta num lago. Recusamos, mas continuamos o papo. Pois não é que o infeliz morou em Taguatinga? Trabalhou na Telebrasília nos anos 90? E disse que morou no hotel San Marco por um ano?

Tiozinho radical




Fotos em sentido horário: a turma toda no mirante, as canoas prontas para serem navegadas, a caminhada na mata (francesa e chileno em primeiro plano), o lago no qual andamos de canoa e o outro lago no qual fizemos o piquenique. Ao lado do texto, eu, a francesa e o chileno na frente de um dos lagos.

















Hoje foi um dos melhores dias da minha temporada canadense, que amanhã chega à metade do seu tempo total. O passeio ao Alguonquin Park é imperdível. Um parque enorme (mais de mil campings dentro, área total maior do que a do estado de Delaware, nos EUA), com vegetação típica do frio e muitos lagos. Primeira parada: uma trilha para fazer caminhada por 45 minutos. No final, a clássica foto da turma toda no mirante. Segunda parada: piquenique na beira de um lago maravilhoso, todo mundo sentado na grama comendo sanduíche de atum com ovo, maçã e refri. Terceira parada: a melhor. No programa dizia que eram lições de canoagem. Na verdade, fomos de três em três remar mesmo. Passamos quase uma hora num lago enorme, remando o barquinho. Eu, que estou longe dos esportes radicais, adorei. Sensação indescritível, paisagem maravilhosa, tudo deu certo. Viagem de três horas de ônibus de Toronto a Alguonquim, mas valeu a pena. Companhias ótimas, dia inesquecível.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Figuras impagáveis


A diversidade aqui em Toronto se expressa também nas "figuras" que a gente encontra na rua ou no transporte público. Por duas vezes, flagrei meninas indo para festas. Uma dupla parecia a caminho de um baile a fantasia. Ontem tinha uma com uma bandana prateada tentando segurar o cabelo desgrenhado, do mesmo tecido do vestido brilhante. Nas duas vezes, tive vontade de perguntar: "De que planeta você veio, minha filha?". Claro que me contive.
Figuras anônimas que às vezes parecem velhos conhecidos. Na minha turma da tarde tem um árabe breguíssimo, de cabelo liso grande, boné e camisetas de grupos de heavy metal. O baiano Mateus, meu companheiro de classe, já apelidou o rapaz de "Frank Aguiar". Não consigo mais olhar para ele sem rir. Para completar, hoje, no metrô, gargalhei sozinho vendo uma senhora gorda esparramada pela cadeira, cheia de pacotes. Juro, me lembrou os velhos tempos d'Os Trapalhões, com o Musum usando peruca preta de mulher. Pois o Mussum reencarnou no metrô de Toronto!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Sem direito a riso


Desde que cheguei em Toronto, um grupinho estabeleceu uma norma: cinema às terças-feiras, quando o ingresso custa a metade do preço dos dias normais. Já vi de tudo, de filme de ação a desenho animado, passando também pela comédia. O único senão é que nós, o grupo de estrangeiros, entendemos no máximo 80% do filme. O pior são as piadas: normalmente, somos os únicos cidadãos do cinema que não rimos. Hoje fui ver "Inception" , com Leonardo diCaprio e Ellen Page. Ainda bem que não tinha muitas piadas - mas um sujeito atrás de mim riu tão alto nos traillers que me senti constrangido por não ter entendido o motivo de tanta gargalhada. Enfim, vale pela prática do inglês.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Incêndio bucal

Perrengue alimentar no jantar de hoje em casa. Primeiro, uma saladinha inofensiva. Depois, o primeiro percalço: batata assada, batata doce assada e um peixe que não conheço. Adoro peixe, mas o bicho estava muuuuuuuuuuuuito apimentado. Fiquei com a língua ardendo. Foi quando minha "mãe canadense" me sugeriu tomar uma bebida que não conhecia: ginger beer, que de cerveja não tem nada, é puro gengibre. PTQUPRIU!!!!!!Foi como botar álcool no machucado. Meus lábios quase viraram beiços. Minha língua ficou dormente. E ainda tive que fazer cara de quem gostou. Quem manda querer experimentar tudo o que é novidade.....Ainda bem que durmo sozinho no quarto, porque a mistura batata doce assada + peixe apimentado + cerveja de gengibre pode trazer um efeito gasoso devastador! Credo!

Salva-vidas & vidas a serem salvas


Dois grupos de pessoas têm me impressionado desde que cheguei em Toronto:

. os salva-vidas são eficientíssimos. São daqueles de filme, que ficam na torrezinha na praia observando tudo. Mas aqui, eles são preventivos também. Têm um botezinho e se alguém se afasta um pouquinho da praia - e olhe que aqui é lago, só tem marola - eles remam e fazem um passeio bem ao lado do afoito. Ah, e ninguém na praia pode sentar em frente à torrezinha. O caminho tem que estar livre até a água, para qualquer emergência.

. os sem-teto aqui também são diferentes. Quase todos limpos,brancos (cara de canadense original), com roupas inteiras, andam pelas ruas ou ficam pelas calçadas pedindo um trocado. Pelas informações que tive, a maioria não é estruturalmente pobre, mas teve algum problema na vida - álcool, drogas, problemas mentais - e foi tratado pelo sistema de saúde, que não interna ninguém e não pode obrigar as famílias a aceitarem os marginalizados de volta. Na esquina de Yonge e Dundas, tem um senhor com a Bíblia na mão que de vez em quando se exalta e assusta muita gente. Hoje entrou um cowboy no meu ônibus que também metia medo.

domingo, 1 de agosto de 2010

Carnaval caribenho







A cidade se mobilizou ontem para assitir à Caribana, o carnaval caribenho que tem todo ano nesta época. Não fui e, segundo me disseram, poupei minhas pernas: o desfile demora horas e o intervalo entre os grupos é quase insuportável. Só peguei a rebarba: no metrô, vi um grupo de passistas que pareciam as mulatas do Sargentelli, com biquínis brilhantes e penachos na cabeça. Hoje os jornais abriram fotos para mostrar o que é que a caribenha tem (essas fotos são do Toronto Sun). Em alguns momentos, parece até o Carnaval de Brasília.

Domingão no zoológico


Esq: águas-vivas num aquário.
Centro: girafas muito simpáticas.
Dir: Essa coruja não dá pra levar pra minha mãe....





A turma ONU que foi comigo (da esq. para a dir.): Yuna (Coréia do Sul), Vipka (Alemanha), Aki (Japão), Montserrat (Espanha) e Nicole (Alemanha)


Passeio imperdível aqui em Toronto: visitar o Zoológico. É literalmente "um mundo": tem animais de todos os continentes e a área deve ser maior do que a do Parque da Cidade. A gente vai até a última estação de metrô do lado leste da cidade, pega um ônibus e ainda demora meia hora pra chegar. Soléu a pino e mais dez minutos de fila para entrar - filas enormes, parecia uma praça de pedágio. Mas vale a pena. Tudo é bem ambientado, bem explicado, mas é bom preparar as canelas. Eu e meu grupo passamos SEIS HORAS E MEIA lá dentro e só conseguimos ver uns 70 por cento. Domingão de verão entupido de gente, muita criança e a habitual globalização desta cidade, gente de todo jeito. Tudo muito caro lá dentro - comida, bebida, souvenirs - mas consegui comprar algumas coisas em oferta.